Duda Lisboa joga em Santo André
© Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool
Vôlei de Praia

Duda Lisboa: 'Quero aproveitar a vida e ser um exemplo'

Campeã mundial de vôlei de praia falou sobre vida e carreira durante ensaio na Bahia
Escrito por Rodrigo Borges e Paula Arantes
5 min de leituraAtualizado em
Duda Lisboa tem fome. Fome de títulos. Uma estante cheia de medalhas e troféus não é suficiente pra ela se sentir realizada. Assim como a mãe, a ex-jogadora Cida, foi (e ainda é) uma inspiração, a campeã mundial de vôlei de praia quer ser exemplo e usar sua experiência pra mudar a vida de crianças e adultos. Sem deixar de curtir a vida.
"Tenho na minha cabeça que eu quero tentar melhorar a vida de outras pessoas, fazer meu melhor, conquistar o que eu quero conquistar e aproveitar tudo da minha vida pra falar que valeu a pena", disse Duda em entrevista em Santo André, na Bahia. Num cenário surreal, ela bateu bola com os pais, o namorado e Alison Cerutti, campeão olímpico e mundial, em um banco de areia no meio do mar.
Duda Lisboa em Santo André, Bahia

Duda Lisboa em Santo André, Bahia

© Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

Qual é sua primeira memória do vôlei de praia?

Minha mãe, né? Quando eu tinha 3 ou 4 anos, minha mãe jogava e me levava pras etapas do Nordeste, era mais barato pra ir de ônibus. Então, desde criancinha ela me mostrou o vôlei de praia, e eu via ela jogando e achava o máximo. Só que foi tudo natural, né? Eu entrei no vôlei de praia tranquila, minha mãe me falou: “Duda, se você quiser ser atleta você vai ser, mas eu te deixo livre pra escolher o que quiser”. Então a minha primeira imagem foi minha mãe jogando.

Qual é a importância da sua mãe na sua carreira?

Ela é o meu maior exemplo. É uma guerreira, nasceu e viveu no interior [de Sergipe] junto com a minha vó. Ela é tudo pra mim, ela que me deu a base de educação depois do esporte. Ela me ajudou em tudo, então tenho minha mãe muito como espelho. A gente sabe quantas crianças ela vem ajudando, ela ajuda todo mundo. É meu espelho.

O que faz tudo valer a pena é que eu luto pela minha família
Duda Lisboa
Duda Lisboa enfrenta a mãe (de rosa) em Santo André

Duda Lisboa enfrenta a mãe (de rosa) em Santo André

© Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

Você sempre foi muito precoce. Como se vê daqui a dez anos depois de conquistar tanta coisa tão cedo?

Eu acho que na minha vida foi tudo natural. Comecei com 9 anos e vivi esse mundo muito rápido. Óbvio que quero conquistar muita coisa na minha vida, quero uma medalha olímpica, mas eu coloco na minha mente e no meu coração que quero aproveitar tudo. Todas as oportunidades que estão chegando pra mim eu quero agarrar com todas as forças pra tentar fazer o melhor e dar exemplo pras pessoas, crianças e adultos. Eu tenho na minha cabeça que quero tentar melhorar a vida de outras pessoas, fazer meu melhor, conquistar o que eu quero conquistar pra falar que a minha vida valeu a pena.

Qual é a melhor parte de ser atleta?

Conhecer esse mundão, tentar sair toda hora da zona de conforto, conhecer lugares e pessoas especiais. Eu acho que o esporte muda a vida de um atleta e de uma pessoa. Essa adrenalina de estar lutando ali pelo seu país, tentando fazer seu melhor, cair e levantar o tempo todo. Então, eu acho que o esporte te faz amadurecer muito rápido.

Duda Lisboa em Santo André, na Bahia

Duda Lisboa em Santo André, na Bahia

© Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

E a pior?

Ficar longe da família. É bom sair da zona de conforto, mas às vezes acontece alguma coisa que você quer estar perto da sua família e tem que ficar longe. Mas a gente sabe que depois a gente volta e vale a pena.

O que te motiva a treinar e jogar quando está com preguiça ou desmotivada, como rola com qualquer pessoa?

Óbvio que o que me motiva é tentar correr atrás do meu foco: corro todo dia atrás de uma medalha olímpica. Mas eu penso que o que faz tudo valer a pena é que eu luto pela minha família e pelas pessoas que eu amo, então todo dia que eu acordo eu quero dar meu melhor pela minha família.

Vôlei de praia com Duda Lisboa em banco de areia em Santo André

Vôlei de praia com Duda Lisboa em banco de areia em Santo André

© Marcelo Maragni/ Red Bull Content Pool

Você considera a americana Misty May a maior da história. O que ela tem de especial que te toca?

Na época delas, Kerri Walsh e Misty May foram a maior dupla, conquistaram três ouros olímpicos. E é difícil isso acontecer no vôlei de praia. Não vou dizer que é impossível, mas a vontade de jogar, a alegria... Acho que o Alison [Cerutti] tá passando por isso agora, ele sabe como é diferente jogar nos Estados Unidos, a alegria e o lifestyle são muito diferentes. Elas são muito guerreiras e fizeram o melhor delas na quadra, apesar das adversidades. Acho que é essa inspiração.

Você já disse que gostaria de pedir um autógrafo pro Usain Bolt. O que perguntaria se encontrasse ele agora?

Nossa, ele já ganhou tudo nessa vida [pensativa]. Mas acho que perguntaria como ele conseguia ter vontade o tempo todo. Ele sabia que ia fazer o melhor dele. Mas como ele tinha essa mente positiva pra fazer o melhor? Porque tem outras pessoas chegando. Queria saber como ele conseguia se manter sempre no alto nível.

+ Veja abaixo algumas das melhores imagens da Duda jogando com a família e com Alison Cerutti em Santo André, na Bahia.
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Parte desta história

Duda Lisboa

Campeã mundial de vôlei de praia

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Alison Cerutti

Campeão olímpico e bicampeão mundial de vôlei de praia

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