Jungle
© Dan Wilton
Música

O Jungle faz os melhores clipes dançantes

O coletivo de soul britânico faz show no Brasil esta semana.
Escrito por Bella Todd
4 min de leituraPublicado em
Jungle

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Seu álbum de estréia foi nomeado para o prêmio Mercury, seus shows ao vivo são ímãs para a boa crítica e os seus quatro singles (" Platoon", " Busy Earnin’", " Time" e " The Heat"), de alguma forma, trouxeram de volta à 2015 a vibe funk dos anos 70.
Mas se tem uma coisa sobre o Jungle que ninguém é capaz de ignorar são seus clipes, que carregam o maior sentimento de autoexpressão por meio da dança. Os co-fundadores da banda Josh Lloyd Watson e Tom McFarland (que são amigos desde a infância) nos contaram que decidiram não aparecer em nenhum de seus vídeos, o que gerou um falatório da mídia e do público sobre quem eles seriam. Mas Josh explicou: "É porque eu e o T simplesmente não sabemos dançar".
Trocamos uma ideia com ele para saber mais sobre isso e aproveitamos para lembrar que que em maio os caras vão tocar por aqui esta semana. Em São Paulo, se apresentam no Audio Club, no dia 13 de maio, e no Rio de Janeiro tocam no Sacadura 154, no dia 14.

Assista ao clipe de "Busy Earnin'", do Jungle:

Os clipes sempre serão um elemento chave para o Jungle?
Sempre fomos muito preocupados com a estética do Jungle. Nós estávamos fazendo o logotipo quando só tínhamos escrito duas músicas. É tudo sobre construir este mundo para onde as pessoas podem escapar - e queríamos fazer algo que não parecesse que era nosso e que a gente não aparecesse, para que pudéssemos escapar pra lá também. Nós construímos lugares e personagens imaginários em nossas mentes e tivemos um monte de ideias românticas sobre a cultura americana. Meu amigo Oli [o fotógrafo de moda Oliver Hadlee Pearch], que dirige os vídeos, sempre trabalhou com fotografia e eu com música. Os clipes nos uniram quando éramos mais jovens. Nós costumávamos fazer pequenos filmes, com aquela ingenuidade cega que faz você poder produzir um longa-metragem.
Como vocês acharam dançarinos tão diferentes?
Geralmente são amigos de amigos. Para o primeiro vídeo, " Platoon", queríamos um cara fazendo body-popping. Mas daí uma b-girl de seis anos nos mandou um vídeo dela fazendo um headspin na sua casa, em Wolverhampton. Na hora pensamos: "Caramba, como podemos usar isso?"
Eu e T costumávamos andar de patins quando éramos mais novos, então a gente queria dois patinadores para o clipe de " The Heat". Íamos ao Hyde Park direto, só ficar olhando, tentando manter contato com esses patinadores, trocando ideia. No fim, foi um outro amigo de um amigo que conhecia o Icarus, do High Rollaz. Os dois caras mais velhos no clipe de " Time" são Brett Jones e Earth G, e eles deveriam representar T e eu, e nossa amizade no futuro. No vídeo de " Julia" era para ser uma mulher dançando com um grupo de caras, mas nos ensaios esse bailarino Jordan Melchor se movia de maneira incrível, animada e sem gênero, então ele se tornou o centro. E todos os vídeos são sobre isso: talento e emoção pura.

Assista ao clipe de "The Heat'", do Jungle:

A dance music se tornou meio desconectada da dança - pelo menos da dança por ela mesma, simples, alegre, despretenciosa. Você estão tentando reconectá-las?
A razão para nossos vídeos funcionarem é que os dançarinos tem personalidade real e nós só aproveitamos isso. Não gastamos fortunas, trabalhamos com o que tínhamos e ajustamos nossos planos ao que a vida nos presenteou. Até mesmo para fazer o disco, tivemos que não nos importar, esquecer um pouco quem a achávamos que éramos. A preocupação é a ferrugem em cima da espada de um homem. Ela te ferra, você se preocupa demais. Antes que houvesse qualquer dinheiro envolvido, nós escrevemos uma lista de dez regras muito simples para nos manter no caminho certo. Uma delas foi: "Vocês estão se divertindo?". Outra foi: "Parece tudo bem?". As cenas finais dos clipes mostram que não estamos nos levando tão a sério. "The Heat" tem o meu final preferido. Você espera que o High Rollaz seja super cool e fodão, mas os caras tão ali só sorrindo e dando tchau.
"Julia", seu último vídeo, acaba com uma mistura de membros de outros clipes. É como a fechada de cortina no final do espetáculo?
Ah, provalvelmente algo tipo isso. Queríamos trazer todo mundo de volta, porque eles se tornam parte da história do Jungle. Eu adoraria ter esses dançarinos no palco com a gente o tempo todo e tornar o Jungle um grande musical. Mas eles têm suas próprias vidas e carreiras. Vamos apenas dizer que nós temos planos de fazer algo especial com a Brixton Academy.
Opa, vamos esperar!

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