Definitivamente o ano 2016 foi bem melhor para as mulheres do cinema. Bem melhor se comparado aos anos anteriores, claro. Um estudo feito pelo Centro Para o Estudo de Mulheres na Televisão e Cinema, da universidade de San Diego, Califórnia, EUA, aponta que o número de mulheres protagonistas de filmes na indústria Hollywoodiana cresceu a ponto de atingir um recorde. Para você ter uma ideia, 29% dos filmes que estão no top 100 das maiores bilheterias de 2016, foram protagonizados por mulheres. Em 2015 essa marca foi de 22%, ou seja, um crescimento de 7%. Em 2017 esses números podem ser ainda melhor.
Mas além da estatística, existe grandes filmes onde o protagonismo de cada uma delas transformam a película em uma obra de arte. Mas não fica só nisso, além de toda questão artística, suas histórias cativam o público, escancaram a realidade, criticam a sociedade ou narram fatos que mudaram a vida delas e de muitos ao seu redor para sempre.
Selecionamos cinco filmes que foram lançados comercialmente no Brasil entre 2015 e 2017 - que contam histórias de mulheres poderosas e obstinadas que você precisa assistir.
As Sufragistas (2015)
O longa dirigido por Sarah Gavron, se passa no século vinte e conta o inicio da luta do movimento feminista. No período em que mulheres ainda não tinham o direito de votar no velho continente, um grupo militante do Reino Unido, decide coordenar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), sem formação política, descobre o movimento e passa a cooperar com as novas feministas. Ela enfrenta grande pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à opressão masculina, mas decide que o combate pela igualdade de direitos merece alguns sacrifícios.
Estrelas Além do Tempo (2017)
Mulheres na NASA? Sim, e elas foram imprescindíveis na corrida espacial. Dirigido por Theodore Melfi, Estrelas Além do Tempo se passa no da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria. Uma equipe de matemáticas da NASA, formada exclusivamente por mulheres negras, foram fundamentais para que os Estados Unidos recuperasse o terreno perdido para os soviéticos. Se não fosse Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monae), John Glenn jamais teria orbitado ao redor da Terra no ano de 1962.
Mad Max: Estrada da Fúria (2015)
Após 30 anos, George Miller colocava novamente a franquia Mad Max nos holofotes. Mas desta vez não era Max Rockatansky que salvaria geral do começo ao fim, seu protagonismo deu lugar a imperatriz Furiosa. Charlize Theron vive a mulher que lidera um grupo de rebeldes que atravessa a Wasteland, numa máquina de guerra, que está em fuga de uma Cidadela tiranizada por Immortan Joe, a quem algo insubstituível foi roubado. Desesperado com a sua perda, o Senhor da Guerra reúne o seu exército e inicia uma impiedosa perseguição aos rebeldes e a mais implacável Guerra na Estrada de sempre. Com ajuda de Max, e de seu grupo, Furiosa vai colocar Immortan Joe no chinelo. O longa faturou seis estatuetas do Oscar, incluindo Melhor Edição, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.
O Quarto de Jack (2016)
Um drama que chamou muito a atenção no ano passado. Muito disso pelas atuações de Brie Larson e do pequeno Jacob Tremblay. Dirigido por Lenny Abrahamson, o longa conta a história de Joy e seu filho Jack que vivem isolados em um quarto. O único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica de um homem chamado Nick, que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no local, mas não vê a hora de viver fora do cubículo que ficou trancafiada por tanto tempo. Exausta da situação, Joy elabora um plano de fuga com a ajuda de seu filho, que juntos vão lutar até o fim para se livrar do abuso de Nick e tentar levar uma vida "normal". A atuação e dedicação de Brie Larson no papel de Joy foi tão incrível, que a atriz e cantora norte-americana, ganhou o Oscar de Melhor atriz.
Aquarius (2016)
O longa brasileiro que chamou muita atenção no ano passado, dirigido por Kleber Mendonça Filho, conta a história da jornalista aposentada, Clara (Sonia Braga), uma viúva de 65 anos que é a última moradora do edifício que dá título à obra, na orla da praia de Boa Viagem, no Recife. No decorrer do filme, acompanhamos o dia a dia da protagonista, sua relação com seus amigos e familiares, e a investida de uma construtora que pretende comprar o prédio a todo custo, visando erguer um mais moderno no local. Assim, o longa fala da especulação imobiliária, passagem do tempo e memórias, além de discutir ideias pré-concebidas sobre a vida e sexualidade de uma mulher na terceira idade. Por esse papel, Sonia Braga levou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.