Ciclismo
As ladeiras mais cabulosas de São Paulo
A maior cidade da América do Sul reserva locais incríveis para os esportes mais ousados
A capital paulista é cosmopolita no mais amplo do seu significado. É uma cidade de superlativos, e sua região metropolitana tem mais de 20 milhões de habitantes, o que faz dela a décima maior do mundo. Tudo ao seu redor é sinônimo de diversidade, incluindo, os esportes radicais, que buscam transcender os limites com atividades ousadas pelas ladeiras da cidade.
A cidade tem ruas e locais com inclinações interessantes para a pratica esportiva. Com altitude média de 760 metros, a capital e seus arredores estão cheios de picos para praticantes de skate, ciclismo e outras atividades, como carrinhos de rolimã e do trike.
Leia mais: O Ladeira Abaixo vem aí!
Vários dos bairros da capital são recheados de declives acentuados, como Perdizes, Santana e Pompéia, onde até caminhadas tornam-se um desafio. No entanto, sempre há aqueles movidos pela adrenalina e desafiar a gravidade é sinônimo de diversão. Assim, selecionamos algumas das ladeiras mais assustadoras da metrópole.
Ladeiras para bike
Descidas assustadoras no Tour de France
© Sunada
No universo do ciclismo, as descidas e subidas sempre foram cultuadas. Basta acompanhar as grandes voltas ciclísticas como o Tour de France, que são decididas praticamente nas etapas de montanhas, seja com subidas míticas como Alpe D' Huez, ou por descidas assustadoras onde as velocidades passam de 120km/h!
Quando o assunto é morro abaixo, os pilotos de mountain bike da modalidade downhill também aproveitam a gravidade para despencar a montanha numa prova contrarrelógio, alcançando velocidades altas em trechos improváveis, geralmente super técnicos por rochas e raízes.
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Mountain Bike Downhill at 1000 FPS
Super slow-motion shots captured during the iXS European Downhill Cup 2011 in Leogang, Austria.
Pico do Jaraguá
Ida ao Pico do Jaraguá. Pedal Assos, Novembro 2016
© Fabiana Marson / Gazela Fotos
É ponto mais alto da cidade, com 1.135 metros acima do nível do mar. A ladeira com cerca de 2 quilômetros apresenta um desnível altimétrico de 323 metros, que representa um verdadeiro tormento para a escalada e um teste de habilidade para descer entre as curvas em asfalto. Por isso é importante estar com a resistência em dia para zerar a subida e os freios em ordem antes de despencar.
O pico está localizado no Parque Estadual do Jaraguá, na Zona Oeste do município, e está aberto para o público, incluindo os ciclistas, diariamente das 7h às 17h. O visual panorâmico inigualável vale cada gota de suor, pode confiar.
Morro da Placa
Morro da Placa
© TripAdvisor
Ainda na região metropolitana, situada entre Cajamar e Serra do Japi (Jundiaí), a subida/descida da placa é um pico popular entre os mountain bikers, motociclistas e jipeiros. Bom, já deu para entender que é um ladeira por estrada de terra. Ou seja: uma trilha escorregadia que, dependendo das condições climáticas, faz o desafio ir de leve a pesado. Um dos principais obstáculos para subir ou descer é o tipo de terreno, ora liso, ora erosão, ora enlameado. Além da maravilhosa panorâmica que se revela do alto dos seus 1.100 m, uma enorme placa reina soberana no topo desta elevação, servindo de referência a aviões que sobrevoam a Serra do Japi.
Serra da Cantareira
Luciano "Kdra" Lancellotti focado para ser veloz
© Fabio Piva / GT Bicycles
Localizada na Zona Norte da cidade, na divisa com Mairiporã, a Serra da Cantareira é um paraíso com opções de ladeiras para ciclismo estrada e MTB. Com acesso fácil pela estação Parada Inglesa do Metrô, os esportistas invadem as trilhas nos finais de semana. Alguns dos picos mais conhecidos são: Pedreira do Dib, Pico do segredo, Pico do olho d'água, Trilha dos Macacos e Saracura. "A descida em trilha que está no topo da lista é a Saracura, que a própria natureza se encarregou de determinar um caminho, com alguns trechos mais íngremes, onde os maiores desafios são valetas, pedras e a técnica para transpor os obstáculos" - conta Luciano "Kdra" Lancelotti, morador da região e fundador da Cantareira Bike School. "Outra trilha maravilhosa não tão famosa é a Trilha da Volta, que retorna do alto da Cantareira para São Paulo, com trechos bem inclinados. Antigamente era uma subida de moto para a Serra, hoje é um caminho usado por bikers. Eu chamaria de 'straitgh hill' com menos curvas e utilizando o grau de inclinação da descida, que fica paralela à estrada da Roseira. É um trilha veloz e furiosa", completa.
Para quem curte acelerar no asfalto, as vias pela Estrada Santa Inês e Estrada da Roseira são as mais frequentadas. Somente o trecho da Roseira, por exemplo, são 7,3 km de puro aclive ou declive, com média de 5% de inclinação e mais de 350 m de desnível altimétrico.
Ladeiras lendárias dos skatistas
Downhill Skate Party
© [unknown]
E quando falamos de ladeiras em São Paulo, obviamente temos que destacar os picos de skate. O pró skater Lucas Xaparral, especialista na modalidade street, conta que começou a andar justamente nas ladeiras, que tornaram-se referência na cena.
Ladeira do Alves
A rua localizada na Praça Horácio Sabino, no Sumaré, bairro da Zona Oeste, é um tradicional pico skate downhill, sendo palco de eventos e sessões memoráveis. No entanto, o point não é bem aceito pelos moradores, que colocaram trechos de paralelepípedos para impedir as descidas.
Ladeira da Morte
"Outro local emblemático é a Ladeira da Morte, pico famoso desde os anos 80. É uma ladeira extensa que pega bastante velocidade, mas ao mesmo tempo é perigosa por causa do tráfego dos carros também, por isso a origem do nome", diz Lucas.
Ladeira abaixo
E se o assunto é descida, a boa notícia é que o Red Bull Ladeira Abaixo está de volta. A sexta edição da corrida acontecerá no dia 14 de abril, quando 70 carrinhos inspirados em desenhos animados clássicos, pontos turísticos de São Paulo, filmes com milhões de fãs, comidas e até memes da internet vão colocar a criatividade em rodinhas para encarar uma icônica rua da cidade em busca da vitória na corrida mais louca do mundo.