Bike
MTB
Quem é a nova "voz" da Copa do Mundo de Mountain bike?
Ela é ciclista, colunista, organizadora de eventos, esposa, mãe e a nova "voz" por trás dos comentários em português da transmissão da Copa do Mundo UCI de Mountain Bike da Red Bull TV
26 min
Stellenbosch XCO recap
Stellenbosch hosts the UCI Mountain Bike World Cup 2018 season opener for the cross-country riders.
Desde que a Red Bull TV assumiu as transmissões ao vivo da Copa do Mundo UCI MTB em 2012, todo o esporte e a indústria da bicicleta vem beneficiando com o aumento da popularidade do MTB. Quem já assistiu às competições atualmente, com narração em inglês de Rob Warner e os comentários de Bart Brentjens (XCO) e Claudio Caluori (DH), conhece a qualidade das imagens do show do MTB. (Assista acima aos melhores momentos da 1ª etapa na África do Sul).
Em 2018, uma nova referência é estabelecida para os brasileiros. A segunda etapa da prova de cross country da Mercedes-Benz UCI MTB World Cup 2018 contará pela primeira vez com uma transmissão ao vivo com comentários em português, direto de Albstadt, Alemanha.
Acredito que a comunidade do mountain bike nacional merece isso. A qualidade de transmissão da Red Bull TV é simplesmente espetacular.
"Acredito que a comunidade do mountain bike nacional merece isso. É um grande passo para o esporte no Brasil. A qualidade de transmissão da Red Bull TV é simplesmente espetacular. Fico feliz que meus resultados nas Copas do Mundo, de alguma maneira, têm ajudado a aumentar o interesse e que agora a gente possa ter mais pessoas acompanhando o esporte" - comenta Henrique Avancini, atleta da Cannondale Factory Racing, atualmente em top 4 no ranking UCI.
A "voz" em português da UCI MTB World Cup na Red Bull TV é da mineira Andrea Marcellini, radicada na Suíça, envolvida até à alma com a bicicleta desde os anos 90. Veja a entrevista completa:
Andrea Marcellini
© Arquivo pessoal
Descreva a sua experiência profissional desde a hora do blush em Belo Horizonte, passagem pela UCI e jogos Olímpicos Rio 2016?
Minha história com a bike tem raizes no início da década de 90, quando comecei a pedalar e logo a competir como amadora em provas de mountain bike e triatlo. Eu era uma pirralha achando que era gente, a verdade é essa! Nunca me vi como alguém que levaria o esporte além da diversão. Até porque, meu entendimento de carreira no esporte se limitava a atleta ou profissional de educação física. Eu tinha uma vontade de ver mais mulheres praticando o esporte, surgindo a Hora do Blush. Ela começou como uma coluna na Revista Bike Action e se expandiu para eventos (competições e passeios) com foco nas mulheres e ciclistas iniciantes. Durante 12 anos organizei através da Hora do Blush um pedal noturno semanal em Belo Horizonte que foi responsável por iniciar muita gente no esporte.
Eu tinha uma vontade de ver mais mulheres praticando o esporte, surgindo a Hora do Blush.
A partir daí, comecei a tratar o ciclismo como mais que um hobby e me inscrevi num mestrado na Suíça em gestão esportiva. Esse mestrado me deu acesso a um projeto ligado à volta ciclística Tour de Romandie e, consequentemente, à UCI. Me candidatei para um estágio na federação internacional que me rendeu um vaga alguns meses depois. Na UCI comecei no departamento de marketing e eventos tomando conta da série de eventos amadores de estrada, hoje chamada UCI Granfondo Series. Fui promovida algumas vezes e fui parar no departamento de esportes, e fui responsável pela estratégia global de desenvolvimento do ciclismo feminino. Considerei que o esporte estava bem encaminhado em 2015 e parti então paro o Rio, onde fui responsável pelo Velódromo. Essa foi de longe a tarefa mais árdua da minha carreira, devido a uma série de desafios que enfrentamos para ter a arena pronta e o time treinado para operar os Jogos Olímpicos. Ao mesmo tempo, sinto que cumprimos nossa missão com louvor, apesar de todas as histórias deprimentes que seguiram Jogos tão memoráveis. Voltei pra Suíça em setembro de 2016 e me casei em novembro do mesmo ano. Hoje em dia trabalho como freelancer em diversos projetos ligados ao esporte, sendo a transmissão da Copa do Mundo na Red Bull TV um deles.
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UCI Albstadt 2017: Track explanation
Watch a preview of the 2017 XCO track for the Albstadt World Cup.
Sabia que a transmissão da Copa do Mundo tinha boa audiência no Brasil. Mas não fazia ideia que ela tinha crescido tanto nos últimos anos, chegando a segunda maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Como surgiu o convite da Red Bull TV?
Eu sabia, nos tempos de UCI (2015) que a transmissão da Copa do Mundo tinha boa audiência no Brasil. Mas não fazia ideia que ela tinha crescido tanto nos últimos anos, chegando a segunda maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Por isso o convite chegou como uma surpresa. Fui indicada pela ex-atleta Nathalie Schneitter que faz o co-comentário em Alemão. Nos conhecemos há alguns anos e trabalhamos juntas num projeto de ciclismo feminino. Fiquei muito feliz com a possibilidade de poder trazer a Copa do Mundo ainda mais próxima dos fãs brasileiros através da transmissão da Red Bull. Vai ser minha primeira vez comentando ao vivo, então estou com um frio enorme na barriga e me preparando o melhor que posso com informações profissionais e pessoais sobre os atletas e sobre o percurso e região
Atualmente estou em lua de mel com o MTB... Estou amando cada dia que subo na bike!
Conte como é atualmente a sua relação com o MTB?
Atualmente estou em lua de mel com o MTB. Isso porque voltei a pedalar há apenas dois meses, depois de nove meses de gravidez e uma perna quebrada aos 5 meses de gestação. Tive que me afastar completamente da bicicleta, apesar de ter continuado em contato com o esporte por causa do meu trabalho, marido e amigos! Essa volta ao pedal recente veio com gosto de novidade e redescoberta, já que estou tendo que recuperar não só a forma, mas também a confiança e a técnica. Estou amando cada dia que subo na bike!
O diferencial da Red Bull é que a linguagem é a atual e combina com a essência do esporte.
Como acredita que as transmissões ao vivo em português ajudam no crescimento do esporte no Brasil?
O mountain bike é um esporte de nicho no Brasil, e por isso mesmo, é difícil encontrá-lo na mídia tradicional. Por isso mesmo, quando a Red Bull introduziu transmissão de alta qualidade ao vivo, os fãs se agarraram ao produto com grande fidelidade. O diferencial da Red Bull é que a linguagem é a atual e combina com a essência do esporte. A fidelidade e o crescimento da audiência só tende a crescer com o comentário em português e consequentemente a participação no esporte
Christoph Sauser in full flight
© Ewald Sadie
Nossa garagem tem, no momento, 9 bicicletas. Fora os esquis.
Por fim, você é casada com um dos grandes nomes do mountain bike internacional, como isso influencia sua rotina diária?
Sou casada com o Christoph Sauser e poderia dizer que sou casada com o mtb também. 😁 Tudo em nossa vida gira em torno do esporte, o que até hoje só me deu alegrias. Mas preciso também do meu tempo longe da bike: estou adorando ser mãe e continuo adorando música, arte e livros que não têm nada a ver com esporte! Nossa garagem tem, no momento, 9 bicicletas. Fora os esquis. Meus planos diários normalmente incluem pelo menos 1h na bike. Nossa relação com o esporte é muito equilibrada, pois o Christoph é um cara que também tem outros interesses fora o esporte, como política, viagem, esqui, tecnologia e café!
