Dança
Breaking e beats: conheça o multitalentoso B-Boy Lee
Ao unir dança e música, Lee se revela um breaker completo – e que merece sua atenção
Aos 21 anos, Lee-Lou Demierre já tem quase duas décadas de experiência como B-Boy. É isso mesmo: filho de uma talentosa B-Girl, o holandês membro da crew Red Bull BC One All Stars foi alimentado com uma mistura de hip-hop e breaking praticamente desde o dia em que nasceu.
Assim que deu os primeiros passos, Lee começou a imitar os movimentos de sua mãe. "Não lembro da primeira vez que a vi dançando, eu tinha só dois anos", conta o B-Boy. "Mas minha mãe foi o começo de algo muito maior e eu provavelmente não teria entrado no mundo do breaking se não fosse por ela."
A lição mais importante que minha mãe me ensinou foi sempre dançar com o coração e aproveitar cada momento.
Lee se apaixonou pelo breaking viajando com a mãe para jams e batalhas, e foi ela quem o incentivou a seguir na carreira de B-Boy assim que percebeu a paixão do filho pela cultura hip-hop. Todo esse incentivo é nítido na dança do B-Boy, que quase levou o título do Red Bull BC One em 2021. Mesmo não ficando com o troféu, as performances eletrizantes e extremamente dinâmicas de Lee surpreenderam e impressionaram o público principalmente por sua musicalidade aflorada.
Falando em musicalidade...
Breaking e beats andam de mãos dadas. A história da dança é cheia de exemplos de B-Boys que criaram suas próprias batidas – e até se tornaram DJs! – para conseguirem mostrar todo o potencial de seus movimentos. "Sempre fui apaixonado por fazer música, mas foi só em 2020, quando tive muito tempo para matar em casa por causa da pandemia, que realmente comecei a tentar fazer música", lembra Lee.
E ele conseguiu: nos últimos dois anos, Lee construiu uma base de fãs no Soundcloud graças a uma série de faixas originais que lançou sob o pseudônimo "Waterbreh". Os sons refletem o estilo único e gosto eclético do B-Boy, que começou a ganhar ainda mais destaque dentro da cena como um breaker completo.
Embora o breaking continue sendo prioridade para Lee, há momentos em que sua criatividade precisa de outra válvula de escape. "Ser B-Boy causa uma sensação que ajuda muito a fazer música", conta. "Minhas maiores inspirações em termos de produção são The Neptunes, KAYTRANADA, BoiBeige. Foolie $urfin, Ben Hauke, Kanye West e Tyler The Creator – e mesmo que fazer música não seja meu foco principal, eu definitivamente quero continuar encontrando tempo pra isso."
B-Boy Lee voa durante a Final Mundial do Red Bull BC 2021
© Lukasz Nazdraczew / Red Bull Content Pool
A jornada de Lee no breaking
Lee é hoje um cara conhecido na cena breaking, não só pelo talento, mas pela longevidade de sua carreira. Aos 22 anos, ele lembra que sua primeira batalha foi em 2008, quando tinha apenas 7 anos. "Foi a batalha infantil do IBE, e lá encontrei o B-Boy Justen pela primeira vez", revela. Ao lado do amigo, Lee conquistaria vários títulos antes de conhecer Shailesh Bahoran, da crew Illusionary Rockers, com quem passaria cinco anos trocando experiências e aprimorando habilidades.
Em 2010, Lee se juntou aos The Ruggeds, onde conseguiu rapidamente desenvolver um estilo próprio de dança. A originalidade de seus movimentos, que apresentam uma flexibilidade fora do comum – com destaque para o moinho de vento deslizante de sua autoria – logo mostraram que ele merecia um lugar de destaque entre os membros da crew, da qual faz parte até hoje. "A equipe sempre me motiva a continuar me superando. O nível nos treinos é muito alto e isso me faz querer ficar cada vez melhor", diz.
B-Boy Lee durante a Red Bull BC One Last Chance Cypher de 2021
© Romina Amato / Red Bull Content Pool
Superando desafios e conquistando títulos
Apesar de ter conseguido se destacar na cena breaking desde muito novo, houve um momento na vida de Lee em que ele teve que colocar sua paixão de lado. "Durante o ensino médio, a vida escolar não permitia que eu viajasse pro exterior pra batalhar, então tive que focar nos estudos", lembra. "Quando terminei a escola, foi difícil retomar o breaking: meu corpo estava diferente por causa de um surto de crescimento e eu tinha ficado muito tempo sem treinar", conta.
Apesar dessa pausa forçada, Lee logo conseguiu se reestabelecer e entre 2020 e 2022 acumulou uma lista impressionante de vitórias solo em batalhas como Crashfest 2020, Red Bull BC One E-Battle 2021 e Dutch Breaking Solo B-Boy 2022. Ele também venceu a competição LCB 2v2 2022, com seu companheiro de crew Phil Wizard, e o torneio World Breaking 2v2 2022, ao lado do B-Boy Link.
Eu só quero dançar breaking o máximo de tempo possível e continuar inspirando o mundo.
Atualmente um dos principais nomes do breaking mundial, Lee acredita que ser você mesmo é o segredo para se destacar na cena. “Trabalho duro compensa, então não deixe que as opiniões de outras pessoas o afetem demais. O breaking me ensinou a ser livre, a me mover sem barreiras e do jeito que eu bem entender", finaliza.
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