Música
Foi assim que aconteceu: a história do breaking no Brasil
Como o movimento saiu de Nova York e chegou aqui
© Arquivo Back Spin Crew
Durante os anos 70, o mundo assistiu ao surgimento de um dos principais movimentos de arte urbana da história. O hip-hop foi uma revolução na cultura mundial, envolvendo não apenas música, mas também artes gráfica e dança. Sim, é do breakingque se fala aqui. É claro que uma hora ia chegar ao Brasil. Mas como isso aconteceu?
Tudo começou na região do Bronx, em Nova York, onde DJs como Kool Herc e Grandmaster Flash organizavam festas e tocavam duas cópias do mesmo disco, mixando para prolongar o breakdown (quando acontece uma pausa ou mudança abrupta no ritmo da música). Se esses caras não tivessem inventado esse jeito inédito de tocar rap, o breaking nem existiria.
Em 1984, o grupo americano Public Enemy fez seu primeiro show em São Paulo, impactando um grande número de pessoas e fazendo com que o rap se difundisse rapidamente nas periferias da cidade, mexendo com a autoestima de jovens que buscavam um meio de se integrar à juventude da sua época, dentro de uma sociedade minada de preconceitos e que ainda vivia sob ditadura militar.
Naquela época, o rap ainda era visto como um estilo musical violento e tipicamente periférico, mas alguns grupos vindos dessas periferias passaram a se reunir no centro da cidade para escutar as músicas vindas do Bronx, acompanhados de novos passos de dança. Nelson Triunfo foi um dos pioneiros, exibindo seus movimentos transgressores na Galeria 24 de Maio, em São Paulo. Ele chegou a ser preso, mas não desistiu e, em 1984, foi parar até em abertura de novela, ajudando a popularizar a dança de rua em todo o Brasil.
Na estação São Bento do Metrô paulistano, outro mano fez história. Depois de se encantar com o breaking vindo dos Estados Unidos pela TV, Thaíde foi treinar na rua e ajudou a fundar as primeiras crews brasileiras, entre elas a Panteras Negras e a Dragon Breakers, além da Back Spin, o grupo mais antigo de breaking do País, que está na ativa desde 1985.
"O que mais mudou de lá pra cá foi a profissionalização do breaking", diz Andrezinho, membro da Back Spin desde 1996. "Antes éramos vistos como uma cultura marginal, coisa de gangues, hoje somos vistos como profissionais", afirma.
Atualmente, além de ser uma forma popular de entretenimento entre praticantes amadores, o breaking se consagrou no País – e no resto do mundo – como um esporte de alto nível, com dançarinos profissionais disputando torneios por todo o planeta. Tanto que, em 2024, a modalidade estreará nos Jogos Olímpicos de Paris, em mais um passo para mostrar, de uma vez por todas, que o breaking merece respeito.
+ "Breaking the Beat" revive a história do breaking pelo olhar do lendário B-Boy Alien, que estava lá quando tudo começou.
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Red Bull BC One
Como parte dessa ascensão da cultura hip-hop pelo mundo, surgiu em 2004, na Suíça, o campeonato mundial de breaking Red Bull BC One, com uma proposta diferente dos torneios realizados até aquele momento: as batalhas passaram a ser individuais. Assim, o evento tornou-se a primeira competição do mundo com batalhas 1x1.
No Brasil, as seletivas nacionais acontecem sempre em diversas cidades espalhadas pelo País. Em 2021, essas etapas já começaram e os 16 vencedores e 16 vencedoras garantem vaga na Final Nacional, dia 3 de outubro, em São Paulo – já de olho em uma vaga na Final Mundial, que acontece em Gdansk, na Polônia, nos dias 5 e 6 de novembro.
Red Bull BC One Brasil - Final Nacional
- Data: 3/10
- Horário: A partir das 17h (horário de Brasília)
- Local: Transmissão ao vivo por meio do link YouTube.com/RedBullBCOne e pelo canal SporTV
+ Conheça abaixo a história do campeonato mundial de breaking Red Bull BC One neste episódio da série ABC do...
26 min
ABC do... Red Bull BC One
Das origens aos dias de hoje, conheça a história do evento que é um marco na história do breaking.
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