Bruns tinha dez anos de Red Bull Brasil quando fez a transição para o Braga
© Ari Ferreira / Red Bull Bragantino

'Sem dia ruim': o cara que prepara os goleiros do Braga

Rodrigo Bruns treina as muralhas de Bragança
Escrito por Ricardo Gomes
3 min de leituraPublicado em
Por trás das atuações seguras e cada vez mais decisivas de Cleiton no Red Bull Bragantino, está um cara que a torcida praticamente não vê, mas que influencia diretamente no desempenho do goleiro. O curitibano Rodrigo Bruns é desde 2019 o responsável por deixar os goleiros do Massa Bruta prontos para a ação.
Assim como acontece com a maioria dos preparadores de goleiros, Bruns também foi do ramo. Nascido em 1978, ele fez carreira em times do interior de São Paulo e do Paraná, mas parou cedo, aos 26 anos. "Decidi que, se até os 25, 26 anos minha carreira não decolasse, pararia", conta o ex-goleiro.
Rodrigo Bruns e os goleiros do Braga: Julio Cesar, Maycon Cleiton e Cleiton

Rodrigo Bruns e os goleiros do Braga: Julio Cesar, Maycon Cleiton e Cleiton

© Ari Ferreira / Red Bull Bragantino

Aposentado dos campos, Rodrigo se dedicou aos livros e às apostilas. Cursou educação física e ciências contábeis. E, por mais que a vida como goleiro indicasse a educação física como futuro mais óbvio, ele pensou de verdade em seguir na área financeira. "Queria me manter naquela área, mas minha rede de contatos era toda voltada para o esporte. Topei voltar para o futebol porque eu precisava de dinheiro", conta.
Com a expertise de quem já havia calçado luvas, Bruns deu o pontapé inicial para a sua nova empreitada como preparador em um clube particular de Curitiba. De lá, foi convidado por um amigo para integrar a comissão do Paraná Clube. Em 2009, pintou a chance da vida: treinar os goleiros do sub-15 e sub-17 do Red Bull Brasil. Em 2019, passou para o Red Bull Bragantino.

Rotina de treinamentos

"Em campo, ficamos em média 2 horas e meia, mas o trabalho do preparador começa bem antes. A gente coleta dados de treinos e jogos para apontar onde o atleta pode melhorar. Pra facilitar a vida dos jogadores de linha, fazemos também a análise do goleiro adversário, levantando características bem específicas, como posicionamento, se gosta de sair para o jogo com bola curta ou longa. A rotina de um preparador demanda muito da parte física, já que, em um dia movimentado, a gente chega a chutar mais de 300 bolas", explica.
Os treinos costumam ter os três goleiros da equipe profissional, Cleiton, Júlio César e Maycon, e um ou dois goleiros pinçados dos times de base.
O Cleiton tem potencial para a seleção. Ele reúne todas as qualidades de um goleiro completo
Rodrigo Bruns
Agilidade, arrojo e confiança são essenciais para se fazer um goleiro de primeira linha. Mas, pro Rodrigo, só isso não basta. É mais do que necessário uma outra qualidade que não está diretamente ligada à técnica ou qualidade de jogo.
"Capacidade técnica e fisica são importantes, claro, mas um goleiro precisa ter, acima de tudo, personalidade. É isso que diferencia os bons dos comuns. O cara precisa ter confiança e coragem de assumir o risco. Goleiro é profissão de risco. Ele está a poucos metros da linha do gol. O goleiro é o único dos 11 jogadores que não pode ter um dia ruim. Se ele falha, perde jogo, campeonato", fala Bruns, que cita Buffon, atualmente no Parma, como um dos melhores exemplos de goleiro totalmente seguro de si.
Haja perna! Bruns chega a chutar mais de 300 bolas em um treino de 2h30

Haja perna! Bruns chega a chutar mais de 300 bolas em um treino de 2h30

© Ari Ferreira / Red Bull Bragantino

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