Verstappen e Albon carregando coolers no Station Pier, Melbourne, Austrália
© Andy Green/Red Bull Content Pool
Fórmula 1

Como as equipes de Fórmula 1 viajam?

Saiba os truques que as equipes fazem para movimentar toneladas de circuito em circuito
Escrito por Equipe Red Bull França, com adaptação de Gabriel Curty
4 min de leituraPublished on
Em uma temporada normal, são oito meses de viagens, cinco continentes e pelo menos 20 corridas, às vezes separadas por uma semana: a F1 é um grande circo. Como a organização de cada temporada é um pesadelo logístico para as equipes, obrigadas a carregar milhares de toneladas de equipamentos, mostramos aqui um pouco sobre os bastidores.

A F1 também é uma corrida marítima

Panelas, mesas, cadeiras, ferramentas: até meados dos anos 2000, as equipes alugavam equipamentos cruciais e secundários em cada local que passavam para todas as corridas realizadas fora da Europa. Então, por volta de 2004, a F1 adotou o transporte marítimo. Mais lento, mas mais barato que o aéreo, também permite que as equipes carreguem mais peso.
Hoje, cada equipe deixa os cargueiros várias semanas antes de cada corrida e carrega suas grandes estruturas com muitos acessórios repetidos: "Temos cinco conjuntos de frete marítimo que viajam pelo mundo", diz Gerrard O'Reilly, gerente de logística na Red Bull Racing. “Cada frete marítimo contém três contêineres com cinco conjuntos idênticos".
Conveniente, quando você precisa enviar o mesmo material quatro vezes para quatro lugares diferentes em um curto espaço de tempo, como foi o caso de 2019 com a sequência Austrália-Bahrein-China-Azerbaijão.

Os carros nem sempre chegam inteiros

Membros da equipe guardando o AT01 nos testes realizados em Barcelona

Membros da equipe guardando o AT01 nos testes realizados em Barcelona

© Getty Images / Red Bull Content Pool

Mas é totalmente planejado. Se as equipes não desmontarem os carros para as pequenas viagens europeias feitas de caminhão, a corrida em outro país exige transporte aéreo e peças de reposição.
Portanto, a FOM, empresa que gerencia a Fórmula 1, contrata uma frota de seis Boeing 747 por ano que transporta os chassis, os motores, os espelhos ou até as asas dos carros de corrida, além de vários equipamentos. Esses aviões cobrem pouco mais de 130 mil km em uma temporada e transportam cerca de 30 toneladas de equipamentos por equipe (ou fabricante de motores) por etapa. Pense na próxima vez que reclamar por ter que despachar uma mala. Mesmo que você, na verdade, não seja patrocinado pela DHL, parceira oficial de logística da F1.

Tudo envolve sacrifício humano

Parte da equipe da Aston Martin Red Bull Racing no fim da temporada 2019

Parte da equipe da Aston Martin Red Bull Racing no fim da temporada 2019

© Getty Images / Red Bull Content Pool

Você está sofrendo para organizar uma festa com cinco pessoas em algum lugar? Saiba, então, que cada equipe de F1 deve gerenciar o transporte de 50 a 80 pessoas por corrida. Uma grande equipe de funcionários, incluindo mecânicos e engenheiros, é obrigada a chegar cedo e sair tarde, portanto, passa algum tempo longe de suas casas. "Para um piloto, não é difícil”, explicou Pedro de la Rosa. "Você passa muito tempo fora e, se você tem uma família, é complicado, mas os verdadeiros heróis são os outros membros da equipe. Duas corridas consecutivas, para nós, são duas semanas. Para eles, um mês. Às vezes, dois meses para alguns, que não conseguem se ajeitar em duas provas consecutivas".
Para limitar as consequências mentais e físicas desse esforço todo, algumas equipes criaram programas de sono (para ajudar no gerenciamento de jet lag), alimentação e aptidão física para seus funcionários, que às vezes até recebem instruções sobre o tempo de exposição à luz. Em suma, a F1 é um esporte de precisão em tudo, não apenas na pista.
+ Veja Max Verstappen e Alex Albon, da Red Bull Racing, fazendo uma viagem pela Holanda e mostrando as belezas do país.

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Max Verstappen e Alex Albon numa road trip pela Holanda

Dos moinhos de vento ao autódromo de Zandvoort, Max Verstappen convida Alex Albon para conhecer a Holanda de um jeito só seu pilotando carros da Red Bull Racing.

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Cada movimento é difícil. Muito difícil

Se um clube de futebol profissional precisa se instalar com seus jogadores e suas camisas em um vestiário existente, as equipes de F1 têm de preparar praticamente tudo do zero. Da garagem até as barreiras que a delimitam, cada equipe constrói sua própria estrutura passageira em cada circuito. Um processo que envolve receber e desembalar o equipamento antes de cada etapa, mas, acima de tudo, reembalá-lo rapidamente para a próxima corrida. Esse trabalho de cerca de 8 horas começa no domingo, antes mesmo do final da corrida.
E, é claro, não é questão de arrumar tudo isso ou colocar todas as coisas não identificadas em uma grande caixa cheia de coisas, como você faz tão bem toda vez que vai viajar. Na F1, a embalagem e o carregamento são completamente planejados.

F1 faz construções viajarem

Verstappen saindo do motorhome da Red Bull Racing

Verstappen saindo do motorhome da Red Bull Racing

© Getty Images / Red Bull Content Pool

A concentração de corridas na Europa no meio da temporada permite que as equipes transportem seus equipamentos pela estrada. Logisticamente, estamos falando de um momento encantado, e algumas equipes não hesitam em celebrá-lo como se deve.
É o caso da Red Bull Racing, que não hesita em transportar uma embarcação inteira de uma extremidade à outra da Europa. Construído em madeira sustentável, o Red Bull Energy Station é, tecnicamente, um motorhome que permite que todos que vão lá descansem, trabalhem ou até festejem.
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