Elena Rybakina
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Tênis

Elena Rybakina, a ex-ginasta que virou uma gigante do tênis

Cazaque pegou numa raquete pela primeira vez por acaso
Escrito por Marcelo Laguna
4 min de leituraAtualizado em
Elena Rybakina colocou o Cazaquistão no mapa do tênis quase por acaso. Nascida em Moscou em 1999, ela tinha apenas cinco anos quando pediu ao pai pra começar a praticar algum esporte. Ginástica artística ou patinação no gelo eram as opções que mais chamavam a sua atenção. Mas com o tempo acabou barrada por um obstáculo natural: era alta demais pra ter sucesso em qualquer uma das modalidades.
Foi aí que o pai, um ex-tenista amador, indicou que ela experimentasse um esporte totalmente diferente. Desde então, Rybakina nunca mais deixou de ter uma raquete nas mãos, a ponto de tornar-se um dos grandes talentos da nova geração do tênis feminino.
Elena Rybakina é a primeira tenista cazaque a vencer um Grand Slam

Elena Rybakina é a primeira tenista cazaque a vencer um Grand Slam

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A cazaque ganhou as primeiras manchetes em 2017 ao ser campeã do Trofeo Bonfiglio, um dos mais importantes do circuito de base disputado em Milão, no saibro. Por uma dessas incríveis coincidências, ela superou na decisão a polonesa Iga Swiatek, atual líder do ranking mundial e contra quem saiu vitoriosa em três dos últimos quatro confrontos.
Não encaro [o tênis] apenas como um trabalho e sim como algo que amo
Elena Rybakina
Após concluir o ensino médio, aos 19 anos, Rybakina chegou a ficar dividida entre largar as quadras para seguir os estudos em universidades americanas ou tentar a sorte no profissionalismo. Um convite da Federação de tênis do Cazaquistão definiu a escolha pela segunda opção.
Aos 19, Rybakina quase largou o tênis para se dedicar aos estudos nos EUA

Aos 19, Rybakina quase largou o tênis para se dedicar aos estudos nos EUA

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"Eles viram meus resultados, acreditaram em mim e me abriram a chance de passar a jogar pelo Cazaquistão, oferecendo um apoio financeiro que eu precisava na época e a Rússia não podia oferecer. Isso me permitiu deixar o foco apenas no meu jogo e mudei a minha cidadania", relembra.

Ascensão e feito inédito

Em 2019 veio a grande virada na carreira de Rybakina ao vencer um Bucareste e conquistar o primeiro título no circuito profissional, que lhe abriu as portas para integrar a lista das 100 melhores do mundo. A dona de um dos saques mais poderosos no tênis feminino iniciou uma ascensão meteórica, que teve como ponto alto a conquista do badalado Torneio de Wimbledon em 2022.
Esta mudança de patamar, porém, não alterou a forma com a qual ela segue encarando uma quadra de tênis. "Estou orgulhosa de já ter alcançado duas finais de Grand Slam. O importante é que não quero colocar tanta pressão em mim, mas apenas jogar e desfrutar do tênis", afirma Rybakina, que distribuiu parte do prêmio de campeã de Wimbledon para o desenvolvimento de 14 jovens tenistas no Cazaquistão. "O ideal seria organizar um torneio ou estabelecer bolsas para atletas juvenis, porque eu recebi muito apoio no Cazaquistão. Agora, chegou a minha vez de ajudar a formar uma nova geração."

Cachorros, viagens e paraquedismo

Quando não está disputando torneios e levantando troféus, Rybakina tem entre seus passatempos favoritos brincar com cachorros. Ela tem um beagle chamado Mulia, companheiro fiel nas horas de folga. E ainda arruma tempo para fazer ativismo pelos doguinhos. Durante o WTA de San José de 2021, participou de uma ação que incentivava a adoção de cachorros, além de pedir aos seus seguidores nas redes sociais que visitassem centros de adoção de animais, mesmo que fosse para levar os cachorros para dar um simples passeio.
Ribakyna também aproveita o fato de atravessar o mundo pra jogar tênis e fazer algo que adora: conhecer novos lugares. Sempre que tem um tempo livre, ela procura conhecer pontos turísticos, dos grafites de Miami a castelos eslovacos.
A única coisa que ela não consegue fazer, por enquanto, é realizar o sonho de saltar de paraquedas. "Uma das coisas que eu mais quero fazer é saltar de um avião, mas meus treinadores dizem não, acham que ainda não é a hora certa. Acho que eles estão preocupados com a hora da aterrisagem."
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