Gaming
© Marcelo Maragni
Esports
Ela brilha: a única mina na Final Mundial do Red Bull Campus Clutch
Chamilla 'Chami' Canela é capitã da República Domicana: 'Me sinto uma revolucionária'
Em meio aos 235 players que disputam a Final Mundial do Red Bull Campus Clutch, um deles chamava a atenção na arena montada no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Um deles, não. Uma. Ela é Chamilla 'Chami' Canela, a única mulher no meio de tantos caras na disputa pelo título do maior torneio universitário de Valorant do mundo.
Chami tem 22 anos, está no último ano de psicologia e representa a República Dominicana, um dos 47 países que estão na Final Mundial, cada um com times de cinco players. Ela mora em Bonao, cidade de 160 mil habitantes no interior do país, ao norte da capital, Santo Domingo. E não é só parte da equipe, ela é a capitã. "Estou vivendo um sonho", disse ao RedBull.com.
Foi ela quem uniu o Team Eclipse, equipe que acabou eliminada na fase de grupos do Red Bull Campus Clutch. A chave era encrencada, tinha até o Egito, país campeão do ano passado. Chami comandou os chegados Stanley Mercader, Michael Lopez, Juan Manuel e David Jean Pierre.
“Quando abriram as inscrições, eu e um amigo começamos a montar a equipe. Esse amigo disse que se aparecesse alguém melhor do que eu, iria me colocar de suplente. Mas os outros membros não concordaram com ele, me deram muita confiança e ainda me elegeram a capitã”, conta. É Girl Power que chama.
Vencendo esse primeiro round, Chami teve que pensar nos treinos e estratégias pra ser campeã da qualificatória dominicana e partir pra conquistar o mundo. Mas antes disso tudo acontecer, ainda tinham que resolver outra questão: o nome do time.
“No começo o nome era Team Mantequilla [manteiga em espanhol], depois uma organização de esports gostaram da gente nos ajudaram a escolher um novo nome. Um dos caras dessa organização teve um time de League of Legends que se chamava Team Eclipse e acabou sugerindo esse nome pra gente. Todos do time curtiram e aí ficou.”
Depois que conquistaram um nome, eles treinaram muito, se prepararam e chegaram arrebentando ao ponto de amassar qualquer time que tentasse impedi-los de conquistar o troféu do torneio. Na Final Nacional na República Dominicana, eles venceram o Space Rabbit por 2 a 1.
Me sinto uma revolucionária
Mesmo jogando como controladora na pele da Viper, um de seus personagens favoritos, Chami conseguiu fazer 28 kills. Um ótimo desempenho atuando na posição que costuma jogar sempre que está em equipe. Quando não está em um campeonato ela troca de lado, veste os trajes de Phoenix e vira uma duelista feroz!
No Pacaembu, entre uma partida e outra, recebeu um carinho que nem ela mesmo esperava. “Estou vivendo um sonho, estou muito agradecida por essa oportunidade. As pessoas no Brasil são amáveis e acolhedoras. Muitos aqui me pararam e me deram os parabéns por ser a primeira e única mulher do torneio, e pela força de ter chegado até aqui", conta.
O que ela quer mesmo é quebrar paradigmas, e dar o pontapé pra que mais mulheres façam parte do torneio e aumente o número de equipes mistas. “Eu me sinto revolucionária, sinto que hoje os esports avançaram muito nessa parte [a inclusão de mulheres] e temos uma aceitação maior. Agora as mulheres podem se sentir mais incentivadas a jogar, não só no Valorant, mas no geral também”, afirma Chami, que agora vai correr atrás do sonho de virar pro-player. Com a torcida de todo mundo que cruza o caminho dela.
Baixe agora o app da Red Bull TV e tenha acesso a vídeos, filmes e séries!
Parte desta história